Você está estranho hoje
- Jordino

- 21 de nov.
- 2 min de leitura
Atualizado: 22 de nov.

Você está estranho hoje
Existe uma frase muito comum no meu dia a dia. É essa aí do título. Só nesta semana a ouvi de umas cinco ou mais pessoas atentas ao meu comportamento. “O que você tem hoje? Você tá estranho?”.
A grande questão é que nenhuma dessas benditas almas soube me dizer o porquê do estranhamento, dificultando uma resolução. Eu juro, todo santo dia eu me levanto da cama tentando ser melhor em todas as dimensões da minha vida, em algumas delas quase saio com uma nota dez, na maioria das vezes fico na média. Tudo bem, o importante é seguir tentando.
Reconheço que penso muito e reflito além do necessário, desconfio que este seja o motivo do estranhamento. Exteriormente sou muito tranquilo com meu temperamento fleumático, interiormente me equilibro entre a santa paz de Deus e o mais perfeito caos. Tendo dois lados tão opostos, é natural que um se sobressaia sobre o outro conforme suas próprias necessidades, sendo que o resultado só pode ser um desequilíbrio em minhas ações cotidianas.
Mas cá para nós, ser estranho é mais legal. E mesmo que eu não seja nenhum contraventor ou um rebelde de espírito totalmente livre, ao menos no meu modo de enxergar a vida e vivê-la, coloco um contraponto em relação ao padrão social. Sem redes sociais, sem bisbilhotar a vida alheia, vivendo a minha vida e dando a atenção merecida às pessoas de meu convívio. Atitudes básicas que já dizem muito contra um sistema de indiferença pela vida humana.
Nem de longe sou uma espécie de Randall McMurphy, do filme “Um Estranho no Ninho”, mas me guio pelas pequenas atitudes, uma via mais simples para sujeitos discretos como eu.
Então, às pessoas que sentenciam a minha estranheza, digo que não estou estranho, eu sou estranho. E assim, seja no silêncio ou nas pequenas atitudes, vou contestando um modo terrível de ser de quem ainda não acordou para viver.




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