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Robert Capa e a segunda guerra mundial: O dia em que deixaram a revelação das fotos mais míticas do Dia D nas mãos do estagiário

Atualizado: 16 de abr.


Robert Capa e a segunda guerra mundial
Normandy, France. June6, 1944 © Robert Capa © International center of photography/Magnum Photos

Robert Capa e a segunda guerra mundial Toda vez que me deparo com estagiários acuados pelo olhar incriminador dos seus gestores, me recordo de uma história extraordinária vivenciada pelo mítico fotógrafo de guerra Robert Capa.


Capa fora enviado pela revista LIFE para acompanhar o desembarque dos soldados aliados na Normandia, no Dia D. Armado apenas com sua câmera fotográfica Leica 35mm (algumas fontes dizem que era uma Contax II) e 4 filmes de 36 fotos cada um, ele esteve ombro a ombro com os valentes combatentes que desembarcaram na praia de Omaha sob ataque feroz dos bunkers nazistas.


Enfrentando todo o tipo de hostilidade, enquanto os soldados tentavam salvar suas vidas e, ao mesmo tempo, revidar os ataques alemães, Capa imortalizava toda a essência daquele momento dramático através de suas lentes.


As imagens obtidas pelo fotógrafo ficaram (e muito) fora do padrão das grandes reportagens da LIFE. Também pudera, em meios as desorientações, medo e muitas movimentações, lidar com sua câmera totalmente analógica não era uma tarefa fácil. As fotografias feitas por ele ficaram tremidas, desfocadas e com uma luz difusa.


Robert Capa sobreviveu aos horrores do Dia D. Quem não teve a mesma sorte foram os filmes de sua câmera. E adivinha por quê?


Simplesmente porque deixaram a tarefa de revelar as fotos mais incríveis da Segunda Guerra Mundial nas mãos de um estagiário.


O coitado decidiu fechar a porta do laboratório enquanto os filmes secavam em uma estufa. Não foi uma boa ideia. A temperatura subiu naquele ambiente e o calor excessivo deixou três filmes esturricados. Ainda deu tempo de salvar o quarto filme, nele continham as 12 fotografias feitas por Capa no Dia D que conhecemos hoje. Eram 106 no total e, entre elas, haviam imagens superiores em termos de qualidade técnica, “as melhores da invasão”, de acordo com o escritório da LIFE.


São meia dúzia de fotos tecnicamente imperfeitas, mas fiéis registros da maior operação de guerra da história. E isso basta.Tanto é verdade que Steven Spielberg, diretor de “O Resgate do Soldado Ryan”, buscou inspiração nas fotografias de Capa para recriar o desembarque na praia de Omaha. A obra foi aclamada pela crítica e para muitos se tornou a melhor cena de batalha de todos os tempos.


Houve outros fotógrafos naquele desembarque, inclusive da própria LIFE, que conseguiram registrar com mais precisão os momentos decisivos da operação. No entanto, eles não alcançaram a mesma emoção e o sentido histórico dos registros de Capa. As imagens captadas pelas suas lentes se tornaram míticas, graças a sua coragem e ao estagiário.


Quem foi Robert Capa


Robert Capa, cujo nome verdadeiro era Endre Erno Friedmann, foi um renomado fotógrafo de guerra húngaro-americano, nascido em 1913 e falecido em 1954. Ele é amplamente reconhecido como um dos fotógrafos de guerra mais influentes do século XX. Capa ganhou destaque por sua cobertura de conflitos ao redor do mundo, incluindo a Guerra Civil Espanhola, a Segunda Guerra Mundial e a Primeira Guerra Árabe-Israelense.


Ele é mais conhecido por suas imagens impactantes que capturam a brutalidade e a humanidade da guerra, muitas vezes trabalhando em condições extremas para documentar os eventos. Uma de suas fotos mais famosas é a "Death of a Loyalist Soldier" ("Morte de um soldado lealista"), tirada durante a Guerra Civil Espanhola em 1936.


Além de seu trabalho fotográfico, Capa também co-fundou a agência de fotografia Magnum Photos em 1947, juntamente com Henri Cartier-Bresson e outros fotógrafos notáveis. Sua contribuição para a fotografia de guerra e fotojornalismo continua a ser uma inspiração para fotógrafos e jornalistas até hoje.


Robert Capa e a segunda guerra mundial

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