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Memórias de um Terno de Aluguel


Memórias de um Terno de Aluguel

A festa foi incrivelmente boa e eu estava deslumbrante. Eu tinha que estar, afinal de contas, um padrinho também precisa estar elegante, não tanto quanto o noivo, é claro, mas é preciso respeitar o padrão.


E o padrão não cabe no meu guarda-roupa, tanto que foi preciso alugar uma vestimenta especial. Numas dessas lojas de aluguel de roupas para festa, você encontra tudo o que precisa de acordo com cada ocasião. Encontrei o que, por algumas horas, pertenceria a mim. Ou eu pertenceria a ele?


Em frente ao espelho, menos glamoroso do que no início da noite, contemplei meu visual pela última vez antes de me despir. O terno ficou ali, repousando na cadeira. E naquela altura da madrugada, me passou pela cabeça que aquele terno já tinha vestido muita gente e testemunhado muita coisa.


Você deve conhecer aquela expressão “se as paredes falassem”? Bom, e se realmente elas pudessem nos falar, quantas histórias não contariam, não é mesmo? Quantos segredos poderiam revelar e quantas tramas poderiam solucionar.


A verdade é que tudo à nossa volta integra o mecanismo da vida, mesmo passando despercebido pelo nosso cotidiano. E como seria se algum integrante deste universo, com um olhar muito apurado sobre a humanidade, pudesse contar sobre nós mesmos?


Pois bem, o que temos até o dia de hoje é a humanidade fazendo juízo de si. Não seria interessante se alguém que não pertencesse a esta classe nos oferecesse um novo panorama de nossa existência? Será que mesmo assim haveria resistência naquilo que insistimos em defender?


É a partir deste questionamento que “Memórias de um Terno de Aluguel” se desdobra. Então, eu te convido a soltar a caneta, abandonar o papel, repousar as mãos, desligar as telas, silenciar-se e abrir os olhos atentamente para enxergar a humanidade por um ângulo bem diferente.


Com vocês, levantando sua manga e pedindo lugar de fala, um terno… de aluguel.


Memórias de um Terno de Aluguel

O livro


Um terno de aluguel resolve escrever suas memórias sobre a experiência que teve na convivência com os humanos. Sem explicar muito bem o porquê de se dedicar a isso, ele começa a contar sobre sua vida e seus dilemas, sempre confrontando suas ideias com as das pessoas que foi obrigado a conviver.


Às vezes pessimista, um pouco irônico e com requintes de sarcasmo, não perdoa a falta de empenho da humanidade em resolver seus problemas. Impossibilitado de se pronunciar ou fazer qualquer coisa para mudar sua realidade, ele encontra nas palavras uma fuga para sua rotina tediosa e uma forma de condenar a conduta humana.


Pendurado na arara de uma loja no centro de uma cidade, ele questiona a vida, mas acabará fazendo uma descoberta que mudará o rumo dos seus pensamentos.


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