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Crônica dos sem títulos

Foto do escritor: JordinoJordino

Atualizado: 6 de mar.

Crônica dos sem títulos

Crônica - A clavícula fraturada de Frantisek Planicka não o impediu de continuar atuando no gol em uma violenta partida contra o Brasil, na Copa de 1938.


A cabeçada de Pelé parou em Gordon Banks numa partida da primeira fase da Copa de 1970.


O potente chute de Mauro Silva, na final da Copa do Mundo de 1994, foi defendido por Gianluca Pagliuca e, apesar da bola escapar das mãos do goleiro, caprichosamente ela bate na trave, evitando o que seria um dos maiores frangos da história das copas — a trave até ganhou um beijinho do arqueiro.


O goleiro tem que ter coragem, agilidade, reflexo apurado e um pouquinho de sorte também, por que não? Mas nem com estes requisitos existe a garantia de que a partida será vencida. 


São três situações de Copa do Mundo que envolvem a seleção brasileira aí relatadas, sendo os goleiros adversários os grandes protagonistas. Mas são apenas recortes, pois em nenhuma destas partidas o Brasil foi superado. 


“Trocaria seus prêmios individuais pelo título?”. É a pergunta padrão do jornalismo esportivo a quem se destaca individualmente, mas que não alcança o objetivo com a equipe. Pelo menos no calor da emoção, não se vê alguém dizendo que não faria tal troca. O que é fundamental: jogar bem ou ser campeão?


Acontece que uma coisa pode complementar a outra. O objetivo é levantar a taça, ainda que tudo que se faça não seja o suficiente. Planicka foi corajoso. Banks foi ágil. Pagliuca teve sorte. Ainda assim, a vitória não veio. O reconhecimento, sim. E, pelo que lhes aconteceram, se tornaram lendários. 


Trocariam eles tudo isso por um título de Copa do Mundo? Muito provavelmente. Seriam igualmente lembrados? Também. Com a mesma paixão e prestígio? Talvez não. Aí cada um coloca na balança o que pesa mais. Algo, porém, é preciso considerar: há campeões mundiais que não são lembrados como estes arqueiros hoje ainda são. 


Gordon Banks, por exemplo, antes mesmo do lance com Pelé, já havia sido campeão mundial com a Inglaterra, em 1966. No entanto, experimente pesquisar por ele no Google. As primeiras coisas que lhe são atribuídas estão relacionadas à sua defesa épica, que até chegou a ser considerada por alguns como a “defesa do século”. Ou seja, seu feito extraordinário sobrepõe até mesmo seu título mundial. 


Há outros meios de ser campeão sem levantar a taça. Essa lógica não se aplica somente ao futebol.

 

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Eu sou o Jordino, o escritor que administra este site. Aqui, compartilho reflexões que conectam literatura, filosofia e o dia a dia, sempre buscando provocar boas perguntas e momentos de pausa em meio à correria. Também estou no Youtube é só clicar no ícone abaixo.
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